MARCO HISTÓRICO | Zootecnista Mariana de Aragão Pereira é a primeira mulher a assumir a chefia geral da Embrapa Gado de Corte

Pesquisadora com doutorado na Nova Zelândia e expertise em gestão pecuária inicia seu mandato em 2026, com plano focado em sustentabilidade e transformação digital.


A Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande (MS), fará história a partir de 1º de janeiro de 2026. Pela primeira vez em sua trajetória, a unidade de pesquisa terá uma mulher no cargo de chefia geral: a Zootecnista e pesquisadora Mariana de Aragão Pereira.
Zootecnista Mariana de Aragão Pereira é a primeira mulher a assumir a chefia geral da Embrapa Gado de Corte. (Foto: Embrapa Gado de Corte).



A Embrapa Gado de Corte, com sede em Campo Grande (MS), fará história a partir de 1º de janeiro de 2026. Pela primeira vez em sua trajetória, a unidade de pesquisa terá uma mulher no cargo de chefia geral: a Zootecnista e pesquisadora Mariana de Aragão Pereira.

A escolha de Aragão foi feita após um processo de seleção rigoroso. Ela assumirá a liderança do Centro de Pesquisa, que completa 50 anos em 2025, para um mandato inicial de três anos, com possibilidade de renovação por igual período. A cerimônia de transmissão de cargo, com a presença do atual chefe, Antonio do Nascimento Ferreira Rosa, ocorrerá no início de 2026, em evento presencial.

Trajetória e expertise em gestão pecuária

Natural de Campinas (SP), Mariana de Aragão Pereira possui uma formação robusta e diversificada. É zootecnista formada pela Universidade Federal Viçosa (MG), onde também concluiu seu mestrado em Economia Aplicada. Em 2010, obteve seu doutorado em Agricultural Management pela Universidade de Lincoln, na Nova Zelândia.

Ela ingressou na Embrapa em 2001 e rapidamente demonstrou sua habilidade em conciliar a área de pecuária com a administração, atuando por quatro anos na rede de Socioeconomia da Empresa, localizada na Sede (DF), e na Embrapa Gado de Corte. Sua atuação se concentrou em análises econômicas, avaliação de impacto de tecnologias e capacitações em gestão pecuária.

Em parceria com os pesquisadores Ivo Cezar (in memorian) e Fernando Paim, ela desenvolveu ferramentas gerenciais de ponta para a atividade, como Controlpec, Gerenpec e CustoBov.

Além disso, a pesquisadora foi pioneira na aplicação de metodologias inovadoras no Brasil, como a Q-methodology e o Modelo Árvore de Decisão Etnográfica em estudos agropecuários. Essas abordagens inovadoras colocam o produtor no centro, considerando os aspectos psicossociais que moldam as decisões no campo.

Liderança nacional e internacional

Aragão também possui um histórico de forte representação da Embrapa em esferas cruciais, tanto no Brasil quanto no exterior, intensificando recentemente sua atuação em análises econômicas de tecnologias e sistemas de produção, com destaque para avaliações de impacto que integram o Balanço Social.

  • Desde 2020, é a coordenadora nacional do Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA), liderando sua reestruturação. No mesmo ano, tornou-se supervisora do Grupo de Pesquisa em Sistemas de Produção.
  • Integra o Conselho da International Farm Management Association (IFMA) desde 2019, como representante do Brasil e da América do Sul.
  • Em 2024, passou a fazer parte do Conselho Científico da World Farmers Organization (WFO), sendo a única brasileira na composição.
  • É membro do Enrich in LAC, organização que promove a cooperação, mobilidade e financiamentos entre parceiros latino-americanos e europeus.

Visão para a Embrapa Gado de Corte

Para liderar o Centro, que este ano completa 50 anos, a zootecnista construiu seu plano de trabalho focado em quatro pilares estratégicos: sustentabilidade, inovação, capacitação e transformação digital.

Com sua experiência em gestão e visão inovadora, a nova chefe-geral marca um momento significativo para a Embrapa Gado de Corte, prometendo uma gestão alinhada às demandas futuras da pecuária nacional.

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